O ASSÉDIO MORAL NAS ORGANIZAÇÕES E SEUS IMPACTOS PSICOLÓGICOS
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.12174953Palavras-chave:
Assédio moral, intervenções psicológicas, trabalho, comportamentoResumo
O assédio moral é uma questão de extrema gravidade que infelizmente persiste nos locais de trabalho. Os impactos resultantes podem ser devastadores, influenciando negativamente tanto o rendimento laboral quanto o bem-estar mental e físico dos trabalhadores. A complexidade em evidenciar tais ocorrências frequentemente culmina na impunidade dos agressores, perpetuando um ciclo prejudicial de abusos. Torna-se imperativo a implementação de intervenções psicológicas direcionadas ao enfrentamento do assédio moral, com o intuito de proteger e prover suporte às vítimas. Estudos exploratórios analisam abordagens de psicólogos em organizações diante do assédio moral. Compreender o fenômeno é crucial para estratégias eficazes. Profissionais usam medidas preventivas e reativas, incluindo suporte psicológico para auxiliar vítimas nas consequências emocionais. Nessa perspectiva, o objetivo deste artigo é determinar se os psicólogos enfrentam assédio ético ao ingressar nas organizações de trabalho e como implementam intervenções psicológicas. Para tanto, buscamos também compreender a compreensão desses profissionais sobre o assédio ético nas relações de trabalho. Foi realizado um estudo com métodos qualitativos e desenho exploratório. Foram entrevistados sete psicólogos, recrutados por conveniência. Os dados foram tratados por análise de conteúdo. Os resultados mostram que os psicólogos utilizam intervenções psicológicas preventivas, específicas e isoladas, bem como intervenções reativas caracterizadas pela demissão após a conversa inicial, mantendo distância física entre os participantes em casos de assédio e monitorando a agressividade do comportamento da pessoa. O estudo também constatou que os psicólogos compreendem plenamente o bullying como um fenômeno que humilha e perpetua os gestores, característico do abuso de poder hierárquico.
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